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João Bittar fotografou Lula no encontro nacional de metalúrgicos em 1979 |
Escrever sobre João Bittar não é só escrever sobre o seu trabalho, marco de uma geração de repórteres fotográficos que documentou o Brasil e os principais personagens brasileiros nos últimos 50 anos. É preciso associar as imagens que ele captou com o caráter de quem sabia que desempenhava este papel e desempenhava bem.
Duas marcas impressionantes em seu
trabalho: a generosidade e a correção ética. João Bittar sempre acreditou que
seu trabalho era uma parte de um todo, e que este todo dependia do consurso de
muitas pessoas. Por isso, nunca se inebriou de sua capacidade de interpretar a
realidade, fosse através de um retrato ou de uma foto-reportagem. Nunca
desprezou as pessoas que o cercavam. E até onde eu me lembro jamais se valeu de
qualquer truque ou artifício para se destacar ou emprestar importância ao que,
ele sabia, era importante por si só.
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Foto João Bittar |
A maior marca da generosidade do João
foi a formação de várias gerações de repórteres-fotográficos que ele orientou.
Mestre e professor, ele tratava com carinho aqueles que buscavam na sua
experiência e no seu saber um atalho para o trabalho.
Vivi grandes histórias com o João. Foram
40 anos de parceria jornalística e de amizade. Aprendemos e ensinamos juntos. O
legado do seu trabalho vai ficar para as próximas gerações e com ele a marca do
seu talento, da sua criatividade, da sua ousadia e, sobretudo do seu
caráter. (Texto de Nunzio Briguglio)
Serviço:
Exposição "Fotojornalismo com caráter"
Autor:
João Bittar (In Memorian)
De 01 a 30/08 – SESC 504 Sul